22 setembro, 2010

Hope, please!



O tic-tac intermitente do relógio, invade o meu corpo a cada segundo que demora a passar. Espero por ti, um ser desconhecido, que prometa amar-me, que prometa ficar comigo para sempre, e que prometa acima de tudo, não me desiludir.
O relógio e o seu barulhinho característico que há já muito se tornaram num som de fundo, teimam em relembrar-me de que a solidão está presente em cada canto desta vida, trancada de maneira a impossibilitar-me a saída.
À noite, quando o silêncio se torna insuportável a solidão aproveita para me atacar. Cruel, muito cruel e injusto. Não consigo impedir que a solidão me enfraqueça ainda mais, e sou obrigada a ceder … noites de sono perdidas porque sou uma fraca, pois não consigo afastar as más recordações que a cada tic-tac do relógio, me devoram até que o sono chegue, o que ainda é pior, pois a minha noite não é tranquila, de todo. Pensamentos reais, transformados em pesadelos, tão verídicos quanto na realidade, iniciam uma guerra que só acaba ao nascer do dia, quando me for permitido abrir os olhos, para quando os voltar a fechar, a batalha recomeçar … e isto sucessivamente.
Escreveria para expulsar tudo o que sinto, mas não bastariam centenas de páginas para eu conseguir definir ao pormenor tudo o que me vai na alma. Sou um ser contente, e descontente. Feliz, e infeliz. Sou um ser contraditório, dependente da vontade de sobrevivência.

09 setembro, 2010

Last time ;


O meu olhar trespassava os espessos vidros da janela, olhando fixamente o infinito. Vagueavas, perdido naquela multidão solitária e eu estendi-te a mão, orientei-te o caminho e deixei-te seguires o teu rumo, tal como eu esperava que me deixasses seguir o meu. Decidiste vir ao meu encontro, e causaste danos devastadores na minha vida. Continuaste a insistir entrar nela mesmo vendo que eu não queria que mais ninguém entrasse. O meu corpo  não aguentou e cedeu, já cansado de remar contra a maré.
Como que por prazer, arruinaste tudo o que fazia parte do meu mundo e o meu coração, vandalizaste-o. O pobre coitado ficou em cacos, completamente reduzido a pó após as tuas acções compulsivas.
Com a ajuda de amigos, no verdadeiro sentido da palavra, consegui remediá-lo, mas ainda está frágil, embora saiba que com o tempo ele se vai tornar forte. Jamais conseguirás entrar na minha vida, outra vez, pois quando tentares verás que o meu coração está tão bem estruturado, que nunca vai vacilar para conseguires entrar.

05 setembro, 2010

Tired of drama ;



Quero sair deste mundo, cruel e injusto, a que dão o nome de ‘mundo real’. Quero partir para o longínquo, para um outro lugar onde possa viver sem a mentira me acompanhar a cada passo que der. Um mundo onde as críticas sejam construtivas, onde a bondade é constante e a falsidade inexistente. Quero um mundo de conto de fadas, simplesmente isso. Será pedir muito?!
Estou tão cansada de lutar por um mundo melhor, cansada de aguentar com as consequências enquanto, num canto, os outros me fitam com desprezo. Estou tão cansada de ser magoada brutalmente, por mentiras do tamanho do mundo e sem objectivo algum. Cansada, sinto-me cansada de viver por mim e pelos outros.

03 setembro, 2010

A relatividade do perdão ;




Sentada na areia macia da praia, olhando para o céu procurava a lua, mas desta vez ela não estava presente no meu ponto de vista.
Imaginava como seria criar o meu próprio mundo, onde só entraria quem fosse capaz de me fazer feliz, quem não me traísse e quem não fosse cruel. Entraria apenas quem eu quisesse que entrasse e desprezaria todos os que me fizeram crescer, todos os que para obter esse objectivo me fizeram sofrer. Não foi com boas intenções que me fizeram afundar na mágoa, e mesmo que fosse, eu nunca seria capaz de os perdoar.
Enquanto o meu mundo estava a ser construído nas profundezas da minha imaginação, apareceu alguém que não reconheci de imediato devido à escuridão em que estava envolvido, mas aproximando-se de mim, a luz das estrelas iluminaram-no e para meu descontentamento era ele. Nos últimos dias não parara de me atormentar com as suas aparições e pelos vistos, esta foi mais uma. Começou a falar comigo, mas eu mantive-me calada até que ele me agarrou pelos ombros e me abanou, farto do meu silêncio. Olhei-o com desprezo, peguei na minha toalha e fui embora sem dizer uma única palavra. Ele foi atrás de mim, insistindo para que falasse com ele, mas eu não estava com disposição para iniciar um diálogo com quem me traiu, e virei costas. Como era seu hábito, ele desistiu o que para mim foi óptimo.
Procurei uns rochedos, longe dele, longe daquele acontecimento. Desdobrei a minha toalha e sentei-me na areia macia mas fria, até que uma vontade inesperada de mergulhar nas águas negras da noite, me invadiu. Levantei-me, e aproveitando o facto de estar de biquíni, mergulhei nas águas gélidas do oceano que naquela noite me cercava. Quando a água se preparava para me congelar saí e sentei-me na toalha a sentir a brisa quente daquela noite.
Olhei para o relógio e já se fazia tarde. Peguei nas minhas coisas e quando o fiz, um pequeno pedaço de papel caiu nos minuciosos grãos de areia. Peguei, li e apenas dizia: ‘Desculpa!’. Sabendo de quem era, amachuquei o inocente papel e procurei uma saída para poder voltar para casa.
Até agora, não o perdoei e tenciono não o fazer.

Aparte: aproveito para agradecer à pessoa simpática que anda a fazer-me chamadas em privado. Deve ser só mesmo para me ouvir dizer 'Oláá!'. Mais uma vez, obrigada pela importância (: