O tic-tac intermitente do relógio, invade o meu corpo a cada segundo que demora a passar. Espero por ti, um ser desconhecido, que prometa amar-me, que prometa ficar comigo para sempre, e que prometa acima de tudo, não me desiludir.
O relógio e o seu barulhinho característico que há já muito se tornaram num som de fundo, teimam em relembrar-me de que a solidão está presente em cada canto desta vida, trancada de maneira a impossibilitar-me a saída.
À noite, quando o silêncio se torna insuportável a solidão aproveita para me atacar. Cruel, muito cruel e injusto. Não consigo impedir que a solidão me enfraqueça ainda mais, e sou obrigada a ceder … noites de sono perdidas porque sou uma fraca, pois não consigo afastar as más recordações que a cada tic-tac do relógio, me devoram até que o sono chegue, o que ainda é pior, pois a minha noite não é tranquila, de todo. Pensamentos reais, transformados em pesadelos, tão verídicos quanto na realidade, iniciam uma guerra que só acaba ao nascer do dia, quando me for permitido abrir os olhos, para quando os voltar a fechar, a batalha recomeçar … e isto sucessivamente.
Escreveria para expulsar tudo o que sinto, mas não bastariam centenas de páginas para eu conseguir definir ao pormenor tudo o que me vai na alma. Sou um ser contente, e descontente. Feliz, e infeliz. Sou um ser contraditório, dependente da vontade de sobrevivência.