29 junho, 2010

A minha vida e a tua entrada nela ;



São 19:15h, e eu decidi deixar as tecnologias por milésimos segundos e entregar-me de corpo e alma a um texto, que vai ser desenvolvido no meio da natureza. Encontro-me sentada numa rocha no meio do nada, num sítio agradável, calmo com imensos pássaros a chilrear, e numerosas árvores verdes, com espessos troncos castanhos. Agrada-me este lugar. É silencioso, e vê-se que os pássaros sentem-se felizes, e de repente PUM! Ouve-se um tiro surgido do nada, que afugenta todos os animais que aqui permaneciam há horas. Este acontecimento fez-me lembrar a maldade dos homens, mas depois de muito reflectir cheguei à conclusão de que poderia usar esta ocorrência para identificar a minha vida e a tua entrada nela. Ela mantinha-se calma, feliz e sem problemas e de repente apareces tu, que me afugenta a felicidade e me atrai os problemas. Foi isso que fizeste à minha vida: estragaste-a e arruinaste o que eu usufruía há demasiado tempo, um sentimento que eu construíra com demasiado empenho, o meu êxito.
Bem, não posso continuar neste lugar maravilhoso, vou voltar para casa, prometi que voltaria cedo, e já são quase 21:30h. Tenho que me apressar.

P.S: Da próxima vez que eu voltar aqui, só te peço que desapareças dos meus pensamentos por longas horas, para que eu possa usufruir de tudo o que existe neste lindo espaço.


Vagueando e permanecendo ...



Tenho estado distante do mundo real, tenho permanecido a vaguear por entre pensamentos e memórias. Tenho andado mais calada do que o normal e hoje isso foi confirmado quando ouvi alguém afirmar: “Fogo, estás tão calada que até dói”. Não sei quem foi, até porque, naquele preciso momento estava a deambular, novamente.
Sinto uma enorme necessidade de desabafar, e de preferência com alguém desconhecido. Sinto-me mais segura … mas as hipóteses que eu tinha em mente foram-me arrancadas, com tamanha brusquidão que não me deu mais condições. Tinha previsto uma pessoa, mas a pouca confiança em mim e os demasiados ciúmes de outra indivídua deixaram-me sozinha e sem com quem conversar, e por isso vou ter de suportar este peso dentro de mim, até que, por milagre, surja outra personalidade tão simpática como a que eu tinha imaginado.
As esperanças todas que eu possuía, esconderam-se e eu tenho de as procurar. Elas devem pensar que eu tenho paciência e tempo para brincar, não? -.- Não tenho força e determinação para lutar, por isso dou-me por vencida. Mas quando tu deixares de afugentar tudo o que de bom eu tenho, vou reunir forças para demolir a tua vida, ou então eliminá-la do mapa. Por ti sinto apenas ódio, nada mais.


23 junho, 2010

Past ..



 
Vá, vem comigo caminhar sobre as águas mais profundas do Oceano. Vem comigo para bem longe desta praia repleta de recordações passadas. Recordações que eu não posso relembrar, recordações que me levam de volta ao passado. Pretérito este que eu quero esquecer, porque foi um relógio sem horas felizes, um cronómetro parado no tempo. Como é que eu consegui refazer o meu presente? Foi difícil, muito difícil aliás. Precisei de imensa força, além disso, vontade de viver, coisa que eu já não possuía há imenso tempo. Felizmente, eu alcancei o meu objectivo, refiz o meu presente, tal como desejava, mas não sozinha. Tinha quem me levantasse quando já não tinha mais forças para caminhar, e também quem me recordasse que eu era forte e que o meu objectivo podia ser alcançado.
O meu passado tem um tipo de portal magnetizante que me absorve e que me faz voltar de novo àqueles dramas e acontecimentos, portal esse que é capaz de me arrancar do solo, se tu não estiveres aqui, por isso, por favor, não quero ser torturada mais uma vez por estas lembranças tão reais. Se vieres para aqui e te juntares a mim, o nosso amor será mais forte que qualquer energia magnetizante e só tu me conseguirás salvar. Mas atenção, anda socorrer-me apenas se me amares. Se não for o caso eu ficarei a saber isso, de uma maneira mais brusca, como deves calcular. Se dizes que me amas e afinal é tudo fachada, eu ficarei a reconhecer somente se o portal me conseguir devorar! E sabes? Se não tiveres a certeza que me amas, vem na mesma e eu esclarecerei todas as tuas dúvidas, nem que para isso tenha que fragmentar a promessa que fiz a mim mesma [nunca mais voltar ao meu passado], só para que não fiques na dúvida.
Amor, estou aqui à tua espera, a ler um livro, afinal ainda tenho umas horas para olhar o mar, antes que surjas. Mas olha, vem depressa, porque quando chegares eu posso já ter regressado ao meu passado, forçadamente. Vem apressadamente, não me deixes desprotegida no meio desta multidão solitária.