26 abril, 2014

It's only words, and words are all I have...


Escrever? Não digo que escrever, para mim, sempre foi a melhor coisa do mundo. Não foi algo que comecei há muito tempo. Só descobri o quão bem me fazia sentir há cerca de cinco anos atrás. Foi nos textos que depositei muitos dos meus sentimentos, bons ou maus. Assim como foi através da escrita que consegui aliviar a dor que, por vezes, sentia. Foi através da escrita que me conheci melhor. Foi através da escrita que comecei a descodificar melhor as minhas emoções e sentimentos. Se não fossem todas aquelas enumerações, metáforas e hipérboles, provavelmente, ainda hoje não sabia como me exprimir. E, ainda assim, continua a ser muito difícil transmitir para o papel aquilo que está naquela caixinha mágica a que chamamos coração.
Já me disseram que escrevo muito bem. E também já foram de extremos e disseram que devia escrever um livro e que, com certeza, muita gente iria ler e gostar. Pois bem, eu não sou da mesma opinião. Eu não acho que escreva mal, mas também não acho que escreva bem o suficiente para ser capaz de inventar uma história de não-sei-quantas-páginas para todo o mundo ler. Gosto de desabafar para o papel, pegar numa caneta e escrever milhares de páginas sobre mim, sobre o que sinto, sobre o que me rodeia. Mas falta-me muitas vezes a inspiração! Eu invento muitas histórias, é verdade! Mas todas elas estão na minha cabeça e são daquelas que todos nós inventamos com as nossas memórias passadas. Já me disseram que escrevo porque sou exibicionista e quero mostrar o que faço, porque me acho boa. Não é verdade. Eu escrevo para mim, e partilho uma parte do que escrevo aqui no blog. Porquê? Porque é aqui que sei que encontrarei alguém que pensa da mesma forma. É o meu refúgio. É onde, muitas vezes, procuro conforto e uma palavra amiga. Além disso, não quero desiludir aqueles que me têm acompanhado desde que entrei no mundo da blogosfera.
Afinal porquê que escrevo? Escrevo porque gosto. Escrevo porque me faz sentir bem. Escrevo porque não conheço outra forma de desabafar. Escrevo porque as palavras não desaparecem com o tempo. Escrevo porque me apetece. Escrevo porque as palavras marcam o momento. Escrevo porque não vejo razões para não o fazer. Escrevo porque as palavras me descrevem. Escrevo porque gosto de relembrar. Escrevo porque faz parte de mim. Escrevo porque escrevo.

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23 abril, 2014

Me, Myself And I...


Eu sei que vou começar por me descrever, mas aviso desde já que me desvio muito do assunto, não consigo evitar. Umas ideias levam a outras, e os meus textos servem para isso mesmo… expulsar tudo o que sinto, tudo o que penso.
Ora bem, eu chamo-me Beatriz. Posso dizer que tenho 17 anos, e que não gosto de ter 17 anos. Não gosto de crescer, não gosto de me ver como uma pessoa adulta, com um emprego e mil e uma responsabilidades. Tenho dias bons e dias maus, assim como tenho mudanças de humor espontâneas. Sou capaz de começar a escrever um texto onde digo que me sinto feliz e acabá-lo a dizer que me sinto a pessoa mais deprimida do mundo. Penso demais, é o que é. Não gosto de ser o centro das atenções, sinto-me mal com muita gente a olhar para mim. Já passei por muitas coisas más na minha vida e, embora isto se tenha tornado uma frase tão banal, não estou a exagerar. Gosto de português, mas prefiro inglês… consigo exprimir-me melhor em certas coisas. Sou boa aluna, quero ser neurofisiologista, ou até seguir o curso de bioquímica ou biologia. Estou indecisa em relação ao meu futuro, mas quando for altura saberei o que quero. Gosto de estar sozinha e sinto-me mal quando estou rodeada de muitas pessoas. Gosto de azul, mas prefiro preto. As pessoas acham-me estranha, eu acho-me estranha. Acho que as pessoas não sabem o que dizem, e odeio que estejam sempre a gabar-se. Amo uma pessoa mais do que amo a minha própria vida, e morreria por ela. Sou de extremos… ou estou muito feliz, ou estou muito triste/chateada. Gosto de música, de escrever, de ler e de passear à beira-mar. Não gosto de passar tempo sem fazer nada, não gosto de dormir mas gosto de o fazer quando estou triste. É uma forma de não suportar as memórias que me invadem quando bem lhes apetece. Acredito que há uma força superior, um Deus, mas não acredito que Ele tenha criado o Homem e a Terra. Sou muito virada para as teorias científicas. Gosto de ser independente, odeio que me controlem. Não me importo que me digam o que fazer, mas não suporto quando exageram. Não sou vaidosa porque gosto de me sentir livre, gosto de vestir uma t-shirt, umas calças, umas sapatilhas e um casaco e sair de casa. Não gosto de cremes e essas coisas todas femininas, mas também não sou maria-rapaz. Se estou aqui para me descrever, não quero que fiquem com uma ideia errada de mim. Sou daquelas pessoas que se ri mais, por isso ninguém consegue ver além disso e perceber que tenho problemas graves e que também preciso de desabafar. Não me sinto completamente segura em relação a amizades. Perdi praticamente todas as amigas que tinha, aquelas que eu pensava que estariam sempre aqui comigo. E estão? Não. Já fui desiludida por muitas pessoas, assim como já me deitaram abaixo inúmeras vezes. Mas também já me surpreenderam pela positiva, já me fizeram sentir dona do mundo. Uma grande parte do meu tempo é passada num mundo de fantasia. Embora goste de estar sem ninguém, também me sinto sozinha. Sinto-me assim principalmente quando sinto uma necessidade enorme de abraçar alguém, quando sinto uma necessidade enorme que me digam que vão estar sempre aqui comigo. Outras vezes, chateio-me com tudo e com nada. E começo a partilhar uma ideia com Fernando Pessoa: "Cansa ser, sentir dói, pensar destrói!". Não sou a mesma pessoa que era há uns anos atrás e se me perguntarem se me arrependo do facto de ter tido de mudar devido às circunstâncias, a minha resposta é “não”. As coisas acontecem, e temos de arranjar maneira de passar por cima. Eu arranjei. Gosto do Inverno, odeio o Verão. Adoro chuva e odeio sol. Estou feliz. Odeio mentiras, odeio mentirosos. Gosto de pessoas honestas e pessoas que são elas mesmas em todas as circunstâncias. Gosto de brincadeiras, gosto de ser complicada, gosto de ultrapassar limites… mas nunca exagerar. Gosto de ação e gosto de adrenalina. Gosto de ser eu, assim. Simples e ao mesmo tempo tão complexa.