Caminhava sozinha, de regresso a casa. O dia tinha acabado, finalmente, e a chuva intensa, mas fria, fazia sentir-se no meu corpo quente. Todo ele estremecia de cada vez que gelava, mas as dolorosas gotas continuavam a embater contra o meu corpo, agora frágil e sem defesas.
Naquele preciso momento, uma enorme vontade de chorar apoiou-se em mim. Forçou a minha falta de vontade e conseguiu que eu chorasse. Chorei. Chorei sem que ninguém se apercebesse disso. Chorei e consegui aliviar a dor que permanecia, outrora adormecida, em mim. Agora, cada vez mais presente, ela pretende ficar. Habitar no meu coração, sem deixar que a alma se encha de felicidade por completo. Maldita recordação … porque terás tu este destino e não o de desaparecer do meu corpo, agora gelado pelas frias chuvas de Outono?