Hoje,
na aula de Português, estivemos a analisar um poema de Cesário Verde cujo nome
é “Contrariedades”. Nesse mesmo poema, na última estrofe, ele dá a entender
que, depois de ter escrito e depois de ter desabafado tudo o que sentia através
de palavras, se sente melhor. A verdade é que eu sou como ele nesse aspeto.
Quando me sinto irritada procuro conforto na escrita, mesmo que
involuntariamente, e sinto-me sempre melhor e mais calma… como se todos os meus
problemas tivessem desaparecido. O mesmo acontece quando estou triste, chateada
e, até mesmo, aborrecida. Mas devo admitir que, antes de ter refletido sobre
aquela tal estrofe de Cesário, nunca tinha percebido bem como aquilo é tão
verdade.
Eu
nunca arranjei qualquer tipo de explicação para o facto de gostar de escrever. “Apenas
gosto…”, era a minha resposta. Pois bem, agora é um pouco mais complexa. Eu
gosto imenso de escrever, não só “porque sim”, mas porque depois de umas dezenas
ou centenas de palavras, lá estou eu a tentar arranjar a pontuação ou a colocar
acentos esquecidos, e dou por mim ocupada e abstraída dos maus pensamentos.
Gosto de escrever porque não são as páginas em que escrevo que me vão julgar
quando contar o que sinto, não vão perguntar-me o porquê das minhas ações ou
até mesmo dizer o que devo ou não fazer. Gosto de escrever porque é das
melhores coisas que me mantêm ocupada e eu gosto disso.
Tudo tem uma razão de ser e o facto de eu gostar de escrever não é exceção.