27 dezembro, 2010

A new world ;



Vivo num mundo desconhecido. O seu nome é “vida”. Nele já percorri ruas escuras e outras bem iluminadas. Já mil quarteirões conhecem os meus passos e já milhões de montras viram o meu reflexo. Já muitos passeios saborearam as minhas lágrimas e já muitas esquinas reconhecem o meu sorriso. Já muitos pilares conhecem o meu corpo de muitas vezes que me encostei para descansar e já muitas escadas aguentaram o meu peso quando não conseguia andar mais. E até o vento já conhece algumas das minhas histórias.
Os habitantes desse mundo, desconhecido e imprevisível, já me pregaram muitas partidas. Puseram-me entre a espada e a parede no que toca a decisões. Já me julgaram sem razão. Já me impuseram armadilhas para cair e não me conseguir levantar. Já me abandonaram quando mais precisava. Já prometeram muito mas nada cumpriram. E até já me ignoraram quando o que precisava era atenção.
Deste mundo não posso dizer nada. Posso apenas recordar o passado e orgulhar-me de já estar no presente. É incrível como a “vida” me conhece tão bem e eu dela nada sei … e por muito que já tenha percorrido ainda tenho imenso para andar.

18 dezembro, 2010

Natal ;



Sinceramente, não gosto do natal. Já gostei … gostei quando era mesmo natal. Gostava de abrir os presentes de manhã cedinho e antes disso ir a correr para o quarto dos meus pais e saltar na cama para eles acordarem e irem abrir os presentes comigo. Gostava de sentir aquela curiosidade que tinha necessidade de ser saciada antes da manhã. Sim, é verdade, de manhã quando abria os presentes já sabia o que era. Costumava fechar a porta do quarto dos meus pais e ir para a sala, pegar num presente, levar para o quarto e com cuidado tirar a fita-cola e ver o que era. É verdade que ainda posso fazer isso, mas que piada tem? Cresci e já aguento bem a minha curiosidade. Mas não foi por isso que deixei de ver o natal como antes.
Lembro-me da minha mãe me dizer que o natal era um dia muito importante, não por causa das prendas mas por causa do que se festeja nesse dia. Agora as pessoas gastam imenso dinheiro em presentes. Brinquedos, roupa, tudo para dar. Agora as lojas aproveitam-se do natal para lucrar. Não gosto. Não gosto disso e já não gosto do natal.
Este ano sugeri à minha mãe, que fizéssemos um natal como antes fazíamos … sem presentes, apenas como era antes! Durante anos eu não recebi nada nem dava, apenas festejava o natal em família. Depois começou a haver troca de presentes e nos primeiros anos até foi interessante, era uma coisa nova para mim. Mas quando cresci vi que as lojas apenas queriam lucrar.
A minha mãe concordou comigo e disse: “este ano não vou dar nada a ninguém. Vou dar-te a ti e ao teu pai. E fazemos o nosso natal, sozinhos … como antes. Gasta-se muito dinheiro no natal, e o natal não é isso.” É verdade, natal é estar em família com as pessoas que gostamos. E ainda bem que a minha mãe tem a mesma opinião.
Vou passar o natal com os meus pais, assim prefiro. Não gosto de estar com o resto da minha família. Talvez este seja um dos melhores natais que já passei. Assim o espero.
Finalmente! Já estava cansada da mesma rotina.

Bom natal !